domingo, 19 de dezembro de 2010

Censura?

Hoje falarei sobre esse projeto de lei, recentemente aprovado pela Assembleia de Tokyo, que supotamente é uma medida de censura contra os animes e mangás.

Acredito que a maioria já tenha lido sobre isso, visto que o assunto se tornou bastante famoso em fóruns sobre animes, otakus etc.

Pois bem, acalmem-se! O estardalhaço provocado pelas centenas de mensagens sensacionalistas postadas por aí não se justifica. Só o que será, de fato, afetado serão mangás ecchi e hentai, visto que a lei visa principalmente combater a pedofilia nos mangás e animes, ou seja, obras sem insinuações sexuais envolvendo menores de idade podem considerar-se seguras. Se você gosta de Gantz, One Piece, Golgo 13 etc, pode parar de se preocupar, o problema é se você gostar de Nana to Kaoru e B-gata H-kei, por exemplo...

Porém, ainda há esperança para vocês, pervertidos, visto que a lei já está sendo criticada pelas editoras, estúdios e mesmo pelo primeiro ministro japonês, e não deve tardar para que a mesma seja revista ou mesmo revogada, então relaxem, o Japão não é a China, censura não pega bem em países democráticos. Não que impedir caras de 40 anos de verem representações de crianças fazendo sexo com cavalos seja REALMENTE censura, mas...

De fato, o impacto dessa lei nem se compara ao do chamado Comics Code Authority(CCA), um projeto implantado nos Estados Unidos nos anos 50 para regulamentar o conteúdo das histórias em quadrinhos. Entre suas determinações, encontrava-se:

- Nenhuma revista em quadrinhos poderia usar as palavras "terror" ou "horror" em seu título;
- De forma alguma criminosos deveriam ser retradados de forma a fazer o leitor sentir simpatia por eles;
- Zumbis, vampiros, tortura, canibalismo e lobisomens eram proibidos;
- O herói sempre deveria derrotar o vilão, que então deveria ser punido pelos seus atos;
- Relações amorosas ou sexuais fora do padrão social não deveriam ser retratadas.

O resultado disso foram anos de HQs toscas com heróis sem profundidade fazendo nada mais do que dar porrada em vilões também sem profundidade. Não havia a menor possibilidade de se criar um bom roteiro ou personagens interessantes, a época da CCA foi uma Idade das Trevas(ou, mais precisamente, de ausência das mesmas) para os comics. Tudo o que a lei no Japão fará será tirar os peitinhos adolescentes de circulação, nada mais.

Nesse contexto da CCA, surgiram os quadrinhos "underground", distribuídos de forma não-oficial. Isso foi nos anos 60, hoje já temos internet e podemos distribuir esse tipo de material "subversivo" de forma muito mais fácil e rápida, então com o que estão se preocupando? Se nos anos 60 isso era possível, por que hoje não seria? Mesmo que essa lei proibisse tudo o que os sensacionalistas dizem que vai proibir, nós ainda teríamos acesso a muitas obras de artistas independentes.

Ao longo dos anos, a CCA foi revisada inúmeras vezes e hoje já temos acesso novamente a quadrinhos bastante violentos e com personagens de caráter duvidoso em situações em que não há certo e errado definidos. A indústria de HQs sobreviveu e continua forte e praticamente igual ao que era antes. A lei para regulamentar a indústria de mangás e animes está inserida em um contexto muito menos radical do que a CCA estava, e propõe medidas muito menos significativas, portanto, ela não vai ser de grande prejuízo para os estúdios.

Enfim, entre protestos e críticas, essa lei não deve durar muito, e mesmo que dure, seu impacto será tão ridiculamente insignificante que ela passará praticamente despercebida pela maioria das pessoas, e aos apreciadores de lolicon e derivados sempre restarão os doujinshis e projetos independentes distribuídos na Internet.

Mais uma vez, não há nada com o que se preocupar, esse assunto todo foi, como diria Shakespeare, muito barulho por nada.

[Adendo: Este blog não apoia, de maneira alguma, obras com conteúdo sexual envolvendo menores de idade. Este post foi produzido para refletir apenas os fatos a respeito dessa lei, e não a opinião do autor sobre a mesma.]

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Fanatismo

Como em qualquer outro grupo, entre os otakus existem aqueles digníssimos cidadãos que se entregam completamente a uma obra em específico e a idolatram como se fosse um presente de Jesus, Odin, Alá e Lemmy Kilmister unidos para seus servos fiéis, e que nunca deve ser comparado ou trocado por nenhuma outra obra. Essas criaturas existem para quase toda obra grande e famosa que dê as caras, podendo-se citar como exemplo notável os famosos narutards.

Aí vocês podem perguntar "Mas o que tem de errado em manifestar seu amor por alguma obra?", e a resposta é: NADA. Não há nada de errado em gostar muito de alguma coisa, o problema é quando isso fecha sua mente para OUTRAS coisas e te deixa cego. Esses fanáticos sobre os quais falo não se caracterizam somente por adorar determinada obra, mas sim pelo seu péssimo hábito de achar que o alvo de sua adoração é simplesmente o melhor anime já feito em todos os sentidos, sem sombra de dúvidas. Isso ainda assim seria suportável, se eles não fizessem questão de manifestar essa opinião para qualquer um que possa se torna uma presa para sua escrotidão.

De fato, não há muita diferença entre um fanático por um certo anime e aquela sua tia religiosa chata que passa os encontros em família citando todos os motivos pelos quais você devia jogar seus mangás num bueiro e aceitar Jesus no seu coração corrompido pelos demônios orientais. E para piorar, às vezes o fanático pelo anime 1 fala sobre como o fanático pelo anime 2 é um babaca ignorante que não respeita outras opiniões, e não percebe que faz exatamente a mesma coisa.

Esse é o verdadeiro problema, o fanatismo por qualquer coisa é uma venda, fanáticos só veem aquilo que querem ver, ignorando tudo que poderia ser influente para que percebessem a situação por uma outra perspectiva ou mesmo para perceberem o que estão fazendo. Não existe um "melhor anime do mundo" e nem há nada que possa justificar uma afirmação dessas, pois isso é totalmente relativo, então não caia na besteira de achar que você tem o poder de decidir o que é bom ou ruim universalmente, tudo o que você pode fazer é definir o que lhe é agradável ou não, se você tentar extrapolar essa definição para outras pessoas, será um fanático, por mais que não perceba.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Será o fim dos animes na TV?

Recentemente, o Animax anunciou que, em Março de 2011, removerá completamente os animes de sua programação, somando essa notícia a alguns outros acontecimentos que vem ocorrendo ao longo dos anos, pode-se afirmar que a animação japonesa na televisão brasileira está morrendo?

Alguns devem se lembrar de que, há alguns anos atrás, os animes ocupavam uma posição respeitável na televisão, sendo evidências disso os canais TV Manchete, Cartoon Network, Locomotion, o já citado Animax e até mesmo a MTV.

Atualmente, porém, a TV Manchete e o Locomotion não existem mais, o Cartoon Network cessou há um bom tempo a exibição do Toonami, a MTV não transmite mais animes e o Animax decidiu que séries ruins e reality shows idiotas são a sensação do momento. O que sobrou então? TV Globinho, TV Kids e Bom Dia e Cia. Todos voltados para crianças que muitas vezes nem ao menos sabem que os desenhos que estão vendo vieram de outro país.

Isso só reforça a posição dos grupos de fansub como a única forma dos otakus brasileiros terem acesso a animes. Quem pode culpá-los? Está na hora das emissoras de TV abrirem os olhos para o público que estão perdendo ao não manterem em suas grades esse tipo de programa. Animes famosos, em dia com as exibições originais no Japão, legendados e sem cortes certamente seriam uma ótima pedida tanto para espectadores casuais quanto para os mais "hardcore".

Além de atrair uma audiência sólida, isso significaria também um incentivo à publicação de material relacionado no mercado brasileiro. Não seria ótimo poder comprar boxes de DVDs daquele seu anime favorito? E que tal aquelas light novels que até agora nunca foram traduzidas? Soundtracks também, por que não?

Enfim, pode-se inferir que a popularidade trazida por uma exibição decente de animes na televisão brasileira seria o suficiente para acabar com boa parte dessa pirataria sem-vergonha de hoje em dia, que infelizmente é a única forma de termos acesso a nossas obras favoritas. Só falta agora uma emissora com colhões para fazer isso, já vimos que o Animax saiu com o rabo entre as pernas...

domingo, 5 de setembro de 2010

Especial: Nível Otaku

Hoje trago a vocês um post especial, um que eu não escrevi. A autoria é de minha amiga Natalia Nee-sama, que conseguiu se lembrar dessa lista que ela me apresentou há muito, muito tempo em uma conversa casual de MSN. Enfim, pensei que seria interessante postá-la aqui, visto que é relevante para o tema do blog.

A história por trás dela é um tanto quanto vaga, então deixarei em aberto.

(Lembrem-se de que, por eu não ser o autor, pode haver diferenças de estilo ou de ideologia. Não necessariamente eu concordo com tudo o que está escrito daqui para baixo.)

Nível 1: Poser
Aquele que fala que gosta de anime, mas só assiste para não ficar fora da moda, escreve os nomes errados e confunde os personagens, não sabe porra nenhuma.

Nível 2: Otaku Casual
Assiste de vez em quando, folheando os canais, não costuma acompanhar vários episódios seguidos, para ele, assistir um anime é a mesma coisa que assistir Tom e Jerry de manhã, apenas um passatempo.

Nível 3: Otaku Inicante
Acompanha os episódios, mas apenas por curiosidade e porque a história o prendeu, não por ser viciado, já começa a apresentar sinais de vício, mas ainda se controla.

Nível 4: Otaku Intermediário
Acompanha a série porque gosta dela e acha animes legais, vai a fóruns e discute um pouco, mas não mora no fórum, ainda não vai a eventos e não assiste animes que não estejam fora da mídia principal.

Nível 5: Otaku Avançado
Aquele que assiste animes fora da mídia principal, aquele que vai em eventos mas não faz coplay ainda, discute bastante sobre anime e não tem medo de mostrar que realmente gosta disso.

Nível 6: Cosplayer
Aquele que pelo menos fez um cosplay na vida e que tenha pelo menos os quesitos do Otaku Avançado.

Nível 7: Viciado
Aquele que respira animes e mangas, imita golpes às vezes, como por exemplo, tenta fazer uma magia que viu no anime, vai sempre em eventos, toda a vez com um cosplay, conhece muitos Animes Shoujo, Shounen, entre outros, e conhece o enredo e nomes dos personagens de cor. Mas ainda vive na realidade.

Nível 8: Otaku totalmente fluente em japonês
Mais alto que o nivel 7 é so se o Otaku em si aprender japonês, todos kanjis e puder se comunicar até com um Akita japonês.

Nível 9:
Se muda para o japão e começa a ter traços de insanidade, e cada vez mais fora do mundo real, começa a achar que É UM ANIME E VIVE NUM ANIME! A vida ainda importa...até ele virar o Otaku Nivel 10.

Nível 10:
Mundo Real? Para ele só existe Makai! Ele realmente acha que vive num anime, acha que os personagens são reais, e até SE CASA com um Nintendo DS! Nesse nivel, você faz coisas estranhas e nem mesmo um psicólogo pode te trazer de volta do seu NOVO MUNDO.

domingo, 15 de agosto de 2010

"Rotular-se" é o mesmo que não ter personalidade?

Uma das coisas mais comuns na Internet é encontrar gente dizendo que "se entregar a um rótulo é pura falta de personalidade" e blá, blá, blá. Neste post divagarei a respeito disso, obviamente dando enfoque aos otakus.

Em primeiro lugar, devemos estabelecer o que é um rótulo de otaku(ou de qualquer outra subcultura). Não o vejo como sendo nada mais do que uma categorização como quaisquer outras. Assim como divide-se os seres vivos em grupos distintos, divide-se também as pessoas, baseando-se em fatores diversos, organizar e dividir é algo que fazemos há milhares de anos. Como tal, não vejo motivo para dar mais respeito à religião, por exemplo, do que para o estilo de vida que uma pessoa tem. Aonde quero chegar com isso: Por que um otaku é sem personalidade e um religioso, seguindo uma doutrina rígida que o limita em quase todos os aspectos de sua vida, não o é? O mesmo é aplicável a nacionalidade, por que não? Não se diz sempre que brasileiros são malandros, ingleses são frios e acreanos não existem? Pela lógica de alguém que diz que otakus não tem personalidade, se dizer brasileiro(ou qualquer outra coisa) deveria ser o cúmulo da falta de si. E não se enganem, não se pode fugir dos rótulos, em qualquer momento de sua vida, estar-se-á encaixado em alguma categoria, sendo um estudante, por exemplo.

Enfim, o que quero dizer não é que se dizer parte de uma categoria(ou rótulo, que seja) é não ter personalidade, porque isso dá uma importância deveras exacerbada aos estereótipos. Deve-se parar pra pensar se o que define se alguém "tem personalidade ou não" são suas características pessoais e únicas ou as categorias nas quais tal pessoa se encaixa e os estereótipos que vem com elas. Se tomas por prioridade a segunda opção, parabéns, tu provavelmente és algum tipo de racista, homofóbico ou fodalhão da Internet.

Sim, categorizações são úteis e interessantes, mas não extenda a utilidade delas até o ponto em que forem sua única forma de julgamento sobre algo, isso é, como explicitei no parágrafo anterior, a essência do preconceito.

Portanto, enquanto uma pessoa somente fizer parte de um grupo e se reconhecer como tal, não vejo motivo algum para tratá-la como "sem personalidade". Não ter personalidade, para mim, é permitir que a personalidade do grupo suplante a sua própria, e não somente fazer parte desse grupo.

De certa forma, os otakus de verdade não se esforçam para serem otakus, mas sim se percebem como tal, notando que seu gosto acima da média por cultura japonesa, animes e mangás assemelha-se ao de outras pessoas. Com isso em mente, não vejo como pode haver falta de personalidade em simplesmente se rotular com algo que se encaixou a você, e não o contrário.

Pois afinal, se não fosse assim, não teríamos personalidade alguma a partir do momento em que nascemos em terras tupiniquins e fomos registrados como brasileiros, não é mesmo?

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Animes Cult (Parte 1)

Animes clássicos, inteligentes e reconhecidos como grandes obras mesmo por aqueles que "não são do ramo": Este será o primeiro post em uma série dedicada aos animes cult.

Para começar, Akira, de um de meus autores favoritos, Katsuhiro Otomo. Baseado no mangá de mesmo nome, Akira explorou diversos temas de natureza filosófica e psicológica, o que lhe rendeu uma profundidade bastante sólida e o transformou em referência para animes que propõem uma reflexão ao espectador. Como curiosidade, vale citar que o nome de uma das maiores publicações sobre animes e mangás no Brasil, a revista Neo Tokyo, adotou o nome da cidade onde a história se passa.


Mais um de Katsuhiro Otomo, o filme Memories, que é composto por 3 histórias sem ligação entre si(Magnetic Rose, Stink Bomb e Cannon Fodder). Produção competente, enredo forte, trilha sonora e dublagem bem-feitas fazem com que ele seja obrigatório para todo fã de animes. Porém, o que mais chama a atenção é o desenho em si, extremamente detalhado, um verdadeiro espetáculo visual. Enfim, Memories é um grande clássico, apesar de não ter tanta notoriedade entre os otakus brasileiros.


O próximo é Ghost in the Shell, obra máxima de Masamune Shirow. Todos os haters de anime com quem já conversei concordaram que Ghost in the Shell não é como os outros, o estilo e a inteligência intrínsecos dessa obra fizeram com que ela se tornasse uma das mais respeitadas no mundo dos animes, rendendo filmes, jogos e livros. Inclusive, os irmãos Wachowski declararam terem se inspirado em Ghost in the Shell ao criarem o universo do Matrix e Steven Spielberg anunciou que assumirá a direção na produção de um live-action da obra.


Em sequência temos Now and Then, Here and There, de Akitaro Daichi. Devo dizer que essa obra me surpreendeu, eu jamais imaginei que um anime que tivesse como protagonista uma criança impulsiva que simplesmente é transportada sem explicação alguma pra outra realidade pudesse me apresentar uma história tão fantástica e profunda. Explorando temas como guerra, estupro e tortura, esse anime se destaca por ser sutil e ao mesmo tempo firme na apresentação desses tópicos, e ainda por cima usando crianças para fazê-lo! Now and Then, Here and There merece sua posição aqui por ser uma obra que se mostra capaz de exibir as piores facetas da natureza humana sem ser especialmente violento ou agressivo, principalmente levando em consideração quem são os protagonistas.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Anime Friends segundo Osakatard

O Anime Friends passou e tenho certeza de que todos se divertiram muito, de fato, para mim foi muito mais aprazível do que no ano passado, então sairei um pouco do padrão dos meus textos e dedicarei este post a relatar minhas experiências no evento(presumo que este texto será muito menos interessante do que os demais, estejam avisados!).

Optei por visitá-lo apenas no dia 17, e estive acompanhado de amigos a maior parte do tempo. Cheguei ao local às 09:50 e tive uma surpresa agradável ao não encontrar nenhuma fila quilométrica na entrada, na verdade, em menos de 10 minutos eu já estava em frente ao palco de cosplay esperando para que abrissem as demais alas. Pontos para a Yamato por terem feito uma organização tão satisfatória em relação à entrada. Porém, devo citar que a segurança não estava suficientemente rígida para um evento tão significativo, e afirmo seguramente que eu poderia ter entrado com uma motosserra dentro da mochila e ninguém nunca iria suspeitar de nada.

Quando meus companheiros chegaram, visitamos todos os setores do evento e vimos todas as atrações disponíveis, então nos separamos por um tempo para que pudessemos vagar e ver as coisas sem ficarmos presos um ao outro, aproveitei para comprar algumas camisetas e a última edição lançada de Elfen Lied.

Juntos novamente, fomos almoçar. Os preços continuavam altos, mas estávamos prontos pra isso. A quantidade de mesas, como sempre, era ridícula, mas nenhum de nós se importa de ter que comer sentado no chão, então sem problemas.

Depois disso, alguns do nosso grupo quiseram jogar War, o que realmente não era de meu interesse, então sentei-me do lado de fora junto com alguns camaradas e nos pusemos a observar os cosplays. Devo dizer que fiquei bastante satisfeito, a quantidade de cosplays legais e interessantes estava muito acima do que eu esperava. Imagino que houve um grande aumento na popularidade de Rozen Maiden, pelo que pude observar. Eu não pensei que encontraria tantas cosplayers vestidas de Suiseiseki e Shinku.

Com o War terminado, nos juntamos para tentar jogar um pouco de RPG, o que não rendeu resultados satisfatórios devido à inexperiência de alguns dos meus amigos com RPGs e a minha própria em narrar. Fiasco à parte, prossigamos.

Devido à minha falta de atenção ao consultar a programação, perdemos todos os concursos de cosplay, o que me deixou bastante frustrado mas de nenhuma maneira arruinou o dia, que se encerrou com o animado show de Aural Vampire e um clássico montinho com meus camaradas.

De forma alguma este texto reflete fielmente o quanto me diverti nesse dia, porém, espero que com ele os leitores que não tiveram a oportunidade de visitar o evento possam ter uma ideia de como ele foi sob meu ponto de vista. Espero ter conseguido transmitir isso de forma satisfatória, apesar de meu relato ser bastante pessoal.

terça-feira, 13 de julho de 2010

RPGs, JRPGs e suas características

RPGs eletrônicos são um gênero de games bastante popular, e orientais e ocidentais tem seus jeitos particulares de explorá-lo, com resultados memoráveis para ambos os lados.

Entre as grandes obras dos produtores ocidentais, cito Mass Effect, Dragon Age, The Elder Scrolls, Fallout e Planescape Torment.
Vindo de produtores orientais, vale mencionar a série Tales of..., Final Fantasy, Chrono Trigger, Dragon Quest e Uncharted Waters.

Convencionalmente, RPGs orientais e ocidentais apresentam diferenças no que concerne à abordagem e jogabilidade. Diz-se popularmente que os orientais investem pesado em enredos inteligentes e bem-feitos, enquanto os ocidentais focam principalmente em proporcionar ao jogador uma sensação de liberdade e de que suas decisões interferem com o andamento dos eventos apresentados.

Ao meu ver, os ocidentais são igualmente talentosos em criar roteiros interessantíssimos, como os encontrados principalmente nos já citados Mass Effect e Planescape Torment. Novamente, a diferença está na abordagem. Os jogos ocidentais com foco na liberdade permitem que o jogador tenha uma história própria, que dificilmente será igual a de outra pessoa com o mesmo jogo; dessa forma, o enredo se adapta para adequar-se a cada decisão tomada, produzindo diferentes resultados, que podem ser grandiosos ou frustrantes, heróicos ou vis, o que torna bastante difícil a formação de uma opinião de aplicabilidade universal ao roteiro, a menos que se jogue o jogo diversas vezes, de diferentes maneiras. Por exemplo, ao final de um jogo, as decisões feitas podem ter levado o protagonista a salvar a galáxia e sobreviver, um final satisfatório, ou então podem ter feito com que ele falhasse sua missão e condenasse a todos, um final frustrante, cabendo ao jogador analisar se a insatisfação com este desfecho foi fruto de falhas de roteiro ou de suas ações impensadas, o que geralmente requer que se jogue mais uma vez.

Alguns defendem que esse tipo de liberdade prejudica o enredo, porém, depende somente dos produtores a criação de uma história interessante para todos os "estilos de jogo", portanto, não se pode generalizar(apesar de existirem jogos com histórias ruins não importando o que você escolha, hehe).

Os RPGs orientais, por outro lado, apresentam enredos mais lineares, sobre os quais o jogador não tem poder. Não critico essa abordagem, visto que boa parte dos jogos existentes, RPGs ou não, apresentam histórias com as quais o jogador não pode interferir a seu bel-prazer. Porém, deve-se levar em consideração que RPGs são jogos que devem valorizar a interpretação, permitir que o jogador decida como será a personalidade e as atitudes de seu personagem, o que não acontece caso esteja-se preso a um enredo que seguirá seu fluxo pré-programado a despeito do que o jogador julgue ser o melhor curso de ação. Então, por que chamar Final Fantasy, por exemplo, de RPG?

Por isso defendo a revisão dos modos como produtores orientais criam seus RPGs e questiono se os jogos não seriam muito mais interessantes se, somado às interessantes peculiaridades orientais, os roteiros permitissem que o jogador criasse sua própria história. Se isso não for possível, que ao menos pensem em outro nome de gênero para designar suas obras que, apesar de não serem RPGs, são extremamente divertidas e cativantes, como tantos outros jogos que encaixam-se corretamente no gênero a que são nomeados.

E claro, existem RPGs orientais com todos esses fatores, como a série Uncharted Waters citada no início deste texto, mas os jogadores merecem que eles sejam mais comuns.

Liberdade pode não criar uma história fantástica, mas é ela, e não um estilo particular de jogabilidade, que cria os RPGs.

sábado, 26 de junho de 2010

Expectativas para o AF 2010

Anime Friends chegando! Já estou praticamente pronto para o que a Yamato chamou de edição especial. Este post será dedicado a uma análise breve sobre as atrações presentes no evento deste ano.

Angra: Me impressionei com isso, jamais esperava que uma banda desse porte fosse se apresentar no AF. A princípio parece interessante, mas tenho algumas preocupações relacionadas à infra-estrutura. Não acho que o Mart Center tenha condições de suportar um show desses. Deve-se levar em consideração que 15 reais, o valor do ingresso para o dia 16, é um preço baixíssimo para um show de uma banda tão conhecida, ou seja, vai lotar. Não estarei lá no dia para observar os resultados, mas espero ouvir sobre isso no futuro.

Campanha DC Comics 75 Anos: Causa perdida, mas vai ser bem interessante ver os cosplays. Iniciativa legal, mas sem a abordagem e divugalgação adequadas para que o recorde dos australianos seja quebrado.

Shows Internacionais: Ótimos artistas, sem reclamações de minha parte. Só espero que um dia consigam trazer a Aya Hirano pra cá, aí sim eu ficaria uber-feliz, hehe.

Oscar de Dublagem: Votações online para coisas sérias são uma puta idiotice, não duvido nada de que saia um resultado totalmente incoerente. Está mais do que na hora das corporações reconhecerem o poder dos trolls, o que devia ter ficado evidente depois daquele episódio no concurso de colírios da Capricho.

Salas Temáticas: Mais do mesmo, nunca foram a atração principal. Pelo menos tiraram a sala de Crepúsculo.

Comic Fair: Tenho certeza de que os nerds se apaixonaram por essa notícia. Iniciativa fantástica. Estarei lá e tenho grandes expectativas.

Concurso de Cosplay: Não tem nem o que dizer, ir ao AF e não ver os concursos é jogar dinheiro fora. Minha recomendação pessoal fica para o da categoria livre da YCC.

Asia Fest: Interessante, o que mais me chama atenção é a parte relacionada à culinária japonesa, que é algo que sempre mereceu um lugar no AF e finalmente terá essa chance.

Palestras: Temas ótimos, com certeza serão uma boa atração.

Com isso, concluo o post dizendo que a programação de fato me agradou, o que só me deixa mais ansioso ainda para que o evento chegue logo. Não acho que haverá alguém que diga que não encontrou nada de seu gosto, pois as atrações estão variadas o bastante para agradar qualquer tipo de pessoa que tenha tido interesse em visitar o AF. Programem-se e divirtam-se!

terça-feira, 15 de junho de 2010

A etiqueta dos eventos de anime

Anime Friends chegando, achei que seria interessante escrever alguma coisa sobre eventos de anime, então esse será o tema do post de hoje.

Iremos por tópicos:

- Não acreditem em quem diz que eles são ruins, não são, é possível se divertir muito se você tiver as expectativas certas. As minhas são comprar mangás, me encontrar com amigos e ver concursos de cosplay, simples o bastante pra serem SEMPRE satisfeitas.

- Agir como um bobalhão é divertido e esse é um ótimo momento pra isso. Libere seu lado Bob Esponja!(tenho certeza de que vão me chamar de gay por causa disso)

- Não, você não precisa de 100 pacotes de Mupy e é por causa de caras como você que os estoques acabam antes do fim do evento, deixando muitas pessoas com sede(como eu) sem saída a não ser comprar uma Coca-Cola muito mais cara do que deveria ser. Mupy não vicia, porra, sua necessidade de encher a cara com suco de soja não existe, então pelo menos finja que você tem um pouco de auto-controle e/ou respeito pelo seu corpo e beba só o necessário.

- Controle suas despesas. Sério, ter que pagar seus mangás com aquelas moedas perdidas de 10 centavos que você tem na carteira depois de ter gasto 100 reais em inutilidades faz você se sentir mal depois. Eu já fiz isso e não me orgulho.

- Cuidado com o que você compra, certifique-se de que o que vai adquirir é durável o bastante para chegar inteiro pelo menos até o final do evento. Como um exemplo, chaveiros: não gosto dos de plástico, pois quebram muito rápido, então sempre dou preferência aos de metal, muito mais confiáveis.

- Palavras como "cospobre" são extremamente má-educadas, não menospreze o esforço das pessoas em fazerem seus cosplays, por menor que ele tenha sido, lembrem-se que elas não fizeram isso só pra si mesmas, mas para divertir os outros, então mostre um pouco de respeito, ainda mais levando em conta que elas não estão ganhando nada. Externar sua opinião é ótimo, mas um pouco de empatia sempre vai bem. Essa foi uma das coisas que aprendi nos meus tempos de ator, ainda no Ensino Fundamental, e me entristece ver que é uma lição que poucas pessoas aprendem.

- Tente sempre ir com pelo menos um amigo, ficar sozinho em eventos é chato. Porém, dentro deles não é difícil se enturmar, há muita gente que também pode estar afim de uma companhia.

- NUNCA deixe pra comprar ingresso na hora se estiver indo em um dos últimos dias.

- Se estiver de cosplay, prepare-se para receber vários pedidos para tirar foto. Nem pense em recusá-los, tá na chuva é pra se molhar.

- Se você vai aos eventos com o único objetivo de "pegar mulher", saia do meu blog.

- Plaquinhas: se você vai usar uma, pelo menos escreva algo criativo. Piadinhas como "Link in Park" já estão manjadas.

- Não grite nomes de golpes quando for lutar na Batalha Campal, isso fica mais ridículo do que parece.

Bem, acredito já ter cobrido aspectos o suficiente para justificar este post, se faltar algo, adicionarei posteriormente.

Enfim, divirtam-se!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sobre generalização e sua causa

Tenho observado que muitas pessoas, especialmente aqueles que demonstram opiniões fortemente contrárias aos animes e seus fãs, consideram a animação japonesa um tipo de produção artística limitada somente a cenas de luta totalmente galhofa e obras dirigidas a crianças.

Insistente como sou, tento sempre apresentar àqueles que pensam assim algumas obras mais maduras, com foco na história e não em combates visualmente atraentes ou personagens carismáticos. Infelizmente, a primeira impressão é a que conta, então meus apelos quase nunca dão frutos, mas como tentar nunca é demais, dedicarei este post à desmistificação dessa ideia que muitos tem sobre o mundo dos animes. Sim, este post é dirigido a não-otakus.

Os animes são divididos em 5 gêneros maiores, são eles:

-Shonen: Obras dirigidas majoritariamente a meninos.
Exemplo: Dragon Ball, Pokémon, Naruto.
Características: Foco na ação, história superficial(me perdoem, mas é verdade), personagens marcantes e frequentemente cômicos.

-Shoujo: Obras dirigidas majoritariamente a meninas.
Exemplos: Sailor Moon, Ouran High School Host Club, Cardcaptor Sakura.
Características: Geralmente apresenta comicidade e foco em relacionamentos e emoções. Comédias românticas, pode-se dizer.

-Seinen: Obras dirigidas majoritariamente a homens adultos.
Exemplo: Kaiji, Akira e Ghost in the Shell.
Características: Foco na história e no desenvolvimento dos personagens. Obras desse gênero tem mais liberdade para exibir cenas sexualizadas ou de violência, mas não necessariamente as apresentarão.

-Josei: Obras dirigidas majoritariamente a mulheres adultas.
Exemplo: Honey and Clover, Gokusen, Paradise Kiss.
Características: Como shoujo, foca-se nas relações e emoções, mas de forma mais realista.

-Kodomo: Obras pra crianças pequenas, com lições de moral, essas coisas, não tem muito o que dizer.

Com isso em mente, me responda, qual é o gênero de anime com maior notoriedade? SHONEN! É fácil para qualquer um saber o que é Dragon Ball(pelo menos nos meus tempos de guri retardado viciado em desenho animado e Game Boy era assim, não sei como andam as coisas agora, hehehe), porque isso é acessível a todos, mas quantas pessoas "comuns" sabem quem é Katsuhiro Otomo?

Essa unilateralidade na mídia em massa é o que, na minha opinião, produz a tal generalização. É fácil para um cara de 16 anos ver um anime dirigido a jovens pimpolhos de 10 e dizer que todos os animes são ruins, mas esse mesmo sujeito poderia muito bem ter uma opinião totalmente diferente se conhecesse a lógica complexa e moralidade obscurecida das obras de Nobuyuki Fukumoto, por exemplo.

Claro, alguns haters mais radicais afirmar conhecer tudo sobre todos os animes possíveis e imagináveis, mas não cabe a mim julgar o ilogismo de tal afirmação, então deixarei tais indivíduos de lado, talvez para um próximo post.

Em conclusão, generaliza-se muito os animes porque os mais notórios são todos voltados para um único público, imaginem quantos daqueles que dizem não gostar de anime não seriam cativados pela lógica cruel de Kaiji, pelas tensões de Now and Then, Here and There ou pelas brilhantes histórias de Ghost in the Shell, se simplesmente conhecessem tais obras.

Então, pessoal que não gosta de anime, sugiro que busquem um gênero que lhes agrade antes de darem seu veredicto final, pois ver apenas obras shonen e dizer que animes são ruins é o mesmo que assistir só filmes da Disney e dizer que cinema é coisa de criança.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A definição de Otaku

Atualmente existem diversas definições para a palavra "otaku", e julgo que será problemático desenvolver meu blog sem apontar a que utilizo, então este post será dedicado a isso.

Vou poupar-lhes de toda a história da palavra, de como ela se tornou popular e assumiu seu significado atual, usem a Wikipédia se quiserem saber disso, o que importa é que "otaku", no Japão, é um termo usado para designar pessoas fanáticas por alguma coisa. Notou alguma semelhança com a definição atual dos Nerds? Pois é, "oficialmente", otakus e nerds são a mesma coisa!

[Como já testemunhei alguns otakus novatos se irritando ao serem igualados a nerds, deixem-me explicar o que NÃO é um nerd:

- O nerd não é aquele cara que só tira 10 na escola.
- O nerd não é aquele cara absolutamente anti-social que nunca fala com ninguém.
- O nerd não é uma enciclopédia sobre computadores.
- O nerd não fica o dia todo jogando WoW.
- O nerd não se veste como os filmes gostam de retratar.

Mas claro, o nerd PODE ser/fazer todas essas coisas, porque ser nerd vai muito além disso, o que define um nerd é sua dedicação extrema a alguma coisa, em detrimento de algumas outras que ele julgue menos interessantes. E o nerd faz isso por prazer.

Tenho algumas teorias sobre o que leva a maioria(não todos!) dos nerds a parecer anti-social, mas este desvio já tomou muito espaço do texto. Se houver demanda, posso abordar o tema em outro post.]


Quando a palavra chegou ao Brasil, seu significado foi alterado para designar qualquer um que goste de animes e mangás. Pessoalmente, considero isso inválido, pois qualquer um que veja animes já poderia se considerar otaku, o que, sabidamente, não é verdade, assim como não é qualquer um que assiste filmes que pode se considerar um cinéfilo.

Minha escolha é a de utilizar uma definição que "misture" essas duas. Sendo assim, um otaku é nada mais que um nerd de cultura japonesa.

Bem, acredito já ter colocado informações suficientes neste post para que entendam meu ponto de vista. Não me importa a definição que vocês usem, não tenho nada contra quem considera otaku um simples fã de anime, mas quero que saibam ao que me refiro quando utilizo essa palavra em meus posts.

[Como exemplo do que defendi aqui, cito o anime e mangá Genshiken, de Shimoku Kio, que retrata um grupo de amigos otakus em situações cotidianas. Ótima pedida para quem gostou de Lucky Star ou aprecia um pouco de metalinguagem, hehe]

domingo, 6 de junho de 2010

Death Note na Turma da Mônica, qual o problema?


Recebi por fontes não-tão-confiáveis a informação de que o sr. Maurício de Souza fará uma edição de Turma da Mônica Jovem parodiando Death Note. Lendo alguns comentários, descobri que a maioria das pessoas está, digamos, "putinha" com isso.

Sério, não entendo o por quê de algumas pessoas serem tão contrárias a uma simples homenagem, não é como se o Maurício fosse detonar o DN. Todas as outras paródias dele que eu já vi foram respeitosas e interessantes.

Talvez alguns sintam que isso seja uma ameaça à reputação do Death Note, mas lembrem-se de que a maioria das tias fanáticas religiosas que todos nós temos veem mangás como obras do diabo, sendo assim, não acham que alguém tão famoso e respeitado por quase todos os brasileiros como Maurício de Souza pode contribuir para que essa imagem seja mudada? Não, ninguém vai sair pensando que Death Note é coisa de criança, da mesma forma que ninguém saiu pensando que as outras obras parodiadas na Turma da Mônica são coisa de criança, as pessoas não são tão burras a ponto de não saberem diferenciar uma homenagem infantilizada de um mangá dirigido a adolescentes e adultos.

E aos haters do Mauricio de Souza lendo isto, só lhes digo que ele era um grande amigo de Osamu Tezuka(foto). Se o Pai dos Mangás confiava no potencial do Maurício e respeitava suas obras, vocês também deveriam.

Então, caros amigos, deixem que o homem faça sua homenagem em paz, vocês podem se surpreender com o resultado.

sábado, 5 de junho de 2010

Made in Japan Brazil

Olá, pessoal, hoje falarei sobre um tipo de "subdivisão" dos otakus, os conhecidos popularmente como WEABOOS.

Acredito que a maioria não saberá do que se trata, pois a nomenclatura só é usada comumente em fóruns internacionais, então partiremos da definição do site Urban Dictionary para começar este post. Aí está o link: http://www.urbandictionary.com/define.php?term=Weaboo A imagem a seguir também resume bem o conceito.



Sucintamente, o weaboo é o cara excessivamente fanático pelo Japão e sua cultura. “Espera aí, mas isso não é característico dos otakus como um todo?”, vocês podem estar se perguntando. A resposta é sim, mas o weaboo leva essa admiração a um nível quase xenofóbico, e é aí que se encontra o problema.

Se você perguntar a um weaboo quais gêneros musicais ele aprecia, pode ter certeza de que todos terão um “J” na frente. Sim, senhores, o weaboo ignora completamente a existência de excelentes bandas vindas de outros países para se focar somente nas japonesas. O mesmo acontece com outros tipos de produção artística e, acreditem se quiser, ate mesmo com Mitologia! Sim, já perguntei a um weaboo qual era sua mitologia favorita, obtendo como resposta óbvia, a japonesa. Sendo o viciado por mitologias que sou, fiz alguns comentários sobre como a história de Izanagi e Izanami é interessante, ao que o cidadão retribuiu com um “Hein?”. Exatamente, o cretino afirmou ser fã da mitologia japonesa, mas não tinha absolutamente NENHUM conhecimento sobre ela.

Além disso, weaboos fazem de tudo para agirem como os próprios japoneses, algo que muitas vezes torna-se ridículo, pois a maioria não tem o menor conhecimento sobre o comportamento que tenta reproduzir. Comer pizza com hashi é uma estupidez e fará você parecer um boçal, tenho dito.

O problema com os weaboos é que eles têm uma mentalidade absolutamente fechada no que concerne ao que vem de outros países que não o Japão. Toda cultura tem coisas interessantes e todo povo pode proporcionar algo que seja de seu agrado, então simplesmente não faz sentido fechar-se dessa forma, isso só contribuirá para que você tenha uma visão retrógrada e parcial, que facilmente se transformará em preconceito.

E como fechamento, um recado a todos os weaboos lendo este texto: Aprendam a apreciar tudo de bom que o mundo pode lhes oferecer, e não somente o que uma pequena parte dele produz. Vocês não sabem o que estão perdendo.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A solução para o preconceito

Pois bem, senhores, madrugada de um feriado, naturalmente eu não tinha nada pra fazer(mentira, eu podia estar lendo Conan ou jogando Mass Effect 2), então resolvi vadiar por algumas comunidades de otakus, ver como o grupo estava indo.

Devo dizer que fiquei um tanto decepcionado, e o que direi agora provavelmente deixará alguns(leia: muitos) ofendidos, mas sinto que preciso “mandar a real”.

O que tenho a dizer refere-se a um assunto polêmico: Preconceito. Em diversas comunidades vi pessoas afirmando serem vitimadas por discriminação severa por praticamente todo mundo. A princípio achei estranho, afinal, jamais sofri esse tipo de ataque, mesmo tendo uma mochila decorada com bottons e chaveiros e não raro lendo mangás ou jogando Pokémon na sala de aula.

Depois de averiguar mais um pouco, concluí que a culpa recai majoritariamente não sobre aqueles que não conhecem nossa subcultura, mas sim sobre os próprios otakus. Para ilustrar isso, citarei alguns exemplos:

- Uma garota diz que se irritou após sair à rua com roupas de Gothic Lolita e de ter notado as pessoas olhando estranho. Em primeiro lugar, se você anda com vestimentas fora do padrão, OBVIAMENTE chamará atenção, ninguém está acostumado a andar por uma avenida e ver uma garota com um vestido vitoriano. Estar fora do padrão requer que você se submeta a ser tratado diferentemente, o que muitas vezes é visto como preconceito, mas na maioria dos casos, não passa de mero estranhamento. E afinal, se quiséssemos ser parte do padrão, não teríamos declarado ser parte de uma subcultura, nós mesmos escolhemos não sermos “normais”.

- Outra garota afirmando que passava suas aulas lendo mangás ou desenhando nos cadernos ao invés de copiar matéria, evidenciando ter orgulho do que faz e afirmando que isso era mais importante do que estudar. Parem! Desde quando agir como “otaku” é mais importante do que adquirir conhecimentos vitais para que eventualmente você se torne um membro produtivo da sociedade? Engana-se quem diz que ver anime é ter cultura. Animação é uma forma de arte, e como toda arte, CONTRIBUI para a sua formação cultural, mas você não se torna culto por causa disso. O que verdadeiramente lhe tornará culto são os conhecimentos que a guria em questão descartou tão decididamente. Pode parecer hipocrisia, pois eu disse que eu mesmo leio mangás e jogo videogames na escola, mas só faço isso durante intervalos entre troca de professores ou minutos de descontração ao final de algumas aulas, eu jamais trocaria erudição por entretenimento em um dos poucos momentos em que espera-se que eu valorize o primeiro acima de tudo. Se você faz isso, você é um idiota, e não importa se você é um otaku, emo, punk, grunge ou o diabo que for, VOCÊ É UM BABACA.

- Acho que muitos devem se lembrar do famoso caso dos cosplayers que foram barrados em um shopping de Manaus, se não me falha a memória, após saírem de um evento. Bem, pelo visto casos semelhantes têm ocorrido com otakus usando acessórios como toucas, luvas etc. Caso não saibam, shoppings NÃO são propriedade pública, então tentem cooperar com o segurança, que só está fazendo seu trabalho. Não que as regras do shopping estejam certas ou sejam justas, mas você não briga com um amigo seu quando vai na casa dele e ele pede para que tire os tênis antes de entrar no quarto.

Em suma, se queremos acabar com o preconceito, devemos começar com nossa própria atitude, qual o problema em responder educadamente àquela senhora que disse que mangás são gibis e explicar a ela a diferença? E em não brigar com o segurança que pediu pra você tirar a touca quando entrasse no shopping? Ou então entrar na brincadeira quando aquele seu colega de sala faz algum comentário engraçadinho sobre como sua mochila é barulhenta? E por que sair de cosplay ou recheado de acessórios quando se sai para ir até a padaria? Deixe as vestimentas características para momentos especiais. Nada de errado em usar uma camiseta de anime ou ter uma mochila decorada, mas você precisa mesmo da touca, luva, corrente, chapéu e sei lá mais o quê o tempo todo?

Não vamos acabar com o preconceito invadindo pateticamente comunidades como “Eu odeio anime” ou “Otakus são idiotas”, devemos apenas deixá-las em paz e nos defender DIALETICAMENTE quando os membros delas nos ofenderem. Trolls não vão mudar de opinião, mas sempre haverá aquele que levará seus argumentos em conta e, se forem bons o suficiente, passará a ter uma visão diferente. Mostrem pra eles que otakus são cultos e sabem fazer bom uso da palavra.

Se todos fizessem isso, estou certo de que os otakus seriam vistos como um grupo agradável, composto por pessoas educadas, produtivas e bem-humoradas, em contraste com o que temos hoje, em que quem não sabe muito sobre nós nos vê como um bando de babacas ignorantes.

Não estou dizendo que somos apenas nós que temos culpa pelo preconceito, há muita gente intolerante por aí, e não conseguiremos mudá-las apenas mudando a nós mesmos, mas pensem que pra cada 10 “anti-otakus”, 7 são pessoas que não teriam nada contra nós caso não tivéssemos as chamado de “bakas sem cultura” quando elas perguntaram por que estávamos lendo gibi ao contrário.

Mais um blog nesta bagaça!

Pois bem, é com muita satisfação e um pouco de tédio que inauguro este Blog, com o qual espero ser capaz de trazer aos leitores minha opinião sincera sobre assuntos diversos relacionados à subcultura dos otakus. Tento ao máximo não ser ofensivo quando escrevo meus textos, mas não dá pra criticar comportamentos ou sugerir mudanças sem deixar algumas pessoas putas. Mas whatever, acho haters divertidos, então sem problema :D

Para finalizar, dou-lhes as boas vindas, espero que se divirtam lendo minhas filosofadas.

O nome do blog, Osakatard, é uma homenagem à personagem de Azumanga Daioh, Osaka, com a qual compartilho muitas características, especialmente as relacionadas a ser absolutamente desatento e descuidado :P