sexta-feira, 23 de julho de 2010

Animes Cult (Parte 1)

Animes clássicos, inteligentes e reconhecidos como grandes obras mesmo por aqueles que "não são do ramo": Este será o primeiro post em uma série dedicada aos animes cult.

Para começar, Akira, de um de meus autores favoritos, Katsuhiro Otomo. Baseado no mangá de mesmo nome, Akira explorou diversos temas de natureza filosófica e psicológica, o que lhe rendeu uma profundidade bastante sólida e o transformou em referência para animes que propõem uma reflexão ao espectador. Como curiosidade, vale citar que o nome de uma das maiores publicações sobre animes e mangás no Brasil, a revista Neo Tokyo, adotou o nome da cidade onde a história se passa.


Mais um de Katsuhiro Otomo, o filme Memories, que é composto por 3 histórias sem ligação entre si(Magnetic Rose, Stink Bomb e Cannon Fodder). Produção competente, enredo forte, trilha sonora e dublagem bem-feitas fazem com que ele seja obrigatório para todo fã de animes. Porém, o que mais chama a atenção é o desenho em si, extremamente detalhado, um verdadeiro espetáculo visual. Enfim, Memories é um grande clássico, apesar de não ter tanta notoriedade entre os otakus brasileiros.


O próximo é Ghost in the Shell, obra máxima de Masamune Shirow. Todos os haters de anime com quem já conversei concordaram que Ghost in the Shell não é como os outros, o estilo e a inteligência intrínsecos dessa obra fizeram com que ela se tornasse uma das mais respeitadas no mundo dos animes, rendendo filmes, jogos e livros. Inclusive, os irmãos Wachowski declararam terem se inspirado em Ghost in the Shell ao criarem o universo do Matrix e Steven Spielberg anunciou que assumirá a direção na produção de um live-action da obra.


Em sequência temos Now and Then, Here and There, de Akitaro Daichi. Devo dizer que essa obra me surpreendeu, eu jamais imaginei que um anime que tivesse como protagonista uma criança impulsiva que simplesmente é transportada sem explicação alguma pra outra realidade pudesse me apresentar uma história tão fantástica e profunda. Explorando temas como guerra, estupro e tortura, esse anime se destaca por ser sutil e ao mesmo tempo firme na apresentação desses tópicos, e ainda por cima usando crianças para fazê-lo! Now and Then, Here and There merece sua posição aqui por ser uma obra que se mostra capaz de exibir as piores facetas da natureza humana sem ser especialmente violento ou agressivo, principalmente levando em consideração quem são os protagonistas.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Anime Friends segundo Osakatard

O Anime Friends passou e tenho certeza de que todos se divertiram muito, de fato, para mim foi muito mais aprazível do que no ano passado, então sairei um pouco do padrão dos meus textos e dedicarei este post a relatar minhas experiências no evento(presumo que este texto será muito menos interessante do que os demais, estejam avisados!).

Optei por visitá-lo apenas no dia 17, e estive acompanhado de amigos a maior parte do tempo. Cheguei ao local às 09:50 e tive uma surpresa agradável ao não encontrar nenhuma fila quilométrica na entrada, na verdade, em menos de 10 minutos eu já estava em frente ao palco de cosplay esperando para que abrissem as demais alas. Pontos para a Yamato por terem feito uma organização tão satisfatória em relação à entrada. Porém, devo citar que a segurança não estava suficientemente rígida para um evento tão significativo, e afirmo seguramente que eu poderia ter entrado com uma motosserra dentro da mochila e ninguém nunca iria suspeitar de nada.

Quando meus companheiros chegaram, visitamos todos os setores do evento e vimos todas as atrações disponíveis, então nos separamos por um tempo para que pudessemos vagar e ver as coisas sem ficarmos presos um ao outro, aproveitei para comprar algumas camisetas e a última edição lançada de Elfen Lied.

Juntos novamente, fomos almoçar. Os preços continuavam altos, mas estávamos prontos pra isso. A quantidade de mesas, como sempre, era ridícula, mas nenhum de nós se importa de ter que comer sentado no chão, então sem problemas.

Depois disso, alguns do nosso grupo quiseram jogar War, o que realmente não era de meu interesse, então sentei-me do lado de fora junto com alguns camaradas e nos pusemos a observar os cosplays. Devo dizer que fiquei bastante satisfeito, a quantidade de cosplays legais e interessantes estava muito acima do que eu esperava. Imagino que houve um grande aumento na popularidade de Rozen Maiden, pelo que pude observar. Eu não pensei que encontraria tantas cosplayers vestidas de Suiseiseki e Shinku.

Com o War terminado, nos juntamos para tentar jogar um pouco de RPG, o que não rendeu resultados satisfatórios devido à inexperiência de alguns dos meus amigos com RPGs e a minha própria em narrar. Fiasco à parte, prossigamos.

Devido à minha falta de atenção ao consultar a programação, perdemos todos os concursos de cosplay, o que me deixou bastante frustrado mas de nenhuma maneira arruinou o dia, que se encerrou com o animado show de Aural Vampire e um clássico montinho com meus camaradas.

De forma alguma este texto reflete fielmente o quanto me diverti nesse dia, porém, espero que com ele os leitores que não tiveram a oportunidade de visitar o evento possam ter uma ideia de como ele foi sob meu ponto de vista. Espero ter conseguido transmitir isso de forma satisfatória, apesar de meu relato ser bastante pessoal.

terça-feira, 13 de julho de 2010

RPGs, JRPGs e suas características

RPGs eletrônicos são um gênero de games bastante popular, e orientais e ocidentais tem seus jeitos particulares de explorá-lo, com resultados memoráveis para ambos os lados.

Entre as grandes obras dos produtores ocidentais, cito Mass Effect, Dragon Age, The Elder Scrolls, Fallout e Planescape Torment.
Vindo de produtores orientais, vale mencionar a série Tales of..., Final Fantasy, Chrono Trigger, Dragon Quest e Uncharted Waters.

Convencionalmente, RPGs orientais e ocidentais apresentam diferenças no que concerne à abordagem e jogabilidade. Diz-se popularmente que os orientais investem pesado em enredos inteligentes e bem-feitos, enquanto os ocidentais focam principalmente em proporcionar ao jogador uma sensação de liberdade e de que suas decisões interferem com o andamento dos eventos apresentados.

Ao meu ver, os ocidentais são igualmente talentosos em criar roteiros interessantíssimos, como os encontrados principalmente nos já citados Mass Effect e Planescape Torment. Novamente, a diferença está na abordagem. Os jogos ocidentais com foco na liberdade permitem que o jogador tenha uma história própria, que dificilmente será igual a de outra pessoa com o mesmo jogo; dessa forma, o enredo se adapta para adequar-se a cada decisão tomada, produzindo diferentes resultados, que podem ser grandiosos ou frustrantes, heróicos ou vis, o que torna bastante difícil a formação de uma opinião de aplicabilidade universal ao roteiro, a menos que se jogue o jogo diversas vezes, de diferentes maneiras. Por exemplo, ao final de um jogo, as decisões feitas podem ter levado o protagonista a salvar a galáxia e sobreviver, um final satisfatório, ou então podem ter feito com que ele falhasse sua missão e condenasse a todos, um final frustrante, cabendo ao jogador analisar se a insatisfação com este desfecho foi fruto de falhas de roteiro ou de suas ações impensadas, o que geralmente requer que se jogue mais uma vez.

Alguns defendem que esse tipo de liberdade prejudica o enredo, porém, depende somente dos produtores a criação de uma história interessante para todos os "estilos de jogo", portanto, não se pode generalizar(apesar de existirem jogos com histórias ruins não importando o que você escolha, hehe).

Os RPGs orientais, por outro lado, apresentam enredos mais lineares, sobre os quais o jogador não tem poder. Não critico essa abordagem, visto que boa parte dos jogos existentes, RPGs ou não, apresentam histórias com as quais o jogador não pode interferir a seu bel-prazer. Porém, deve-se levar em consideração que RPGs são jogos que devem valorizar a interpretação, permitir que o jogador decida como será a personalidade e as atitudes de seu personagem, o que não acontece caso esteja-se preso a um enredo que seguirá seu fluxo pré-programado a despeito do que o jogador julgue ser o melhor curso de ação. Então, por que chamar Final Fantasy, por exemplo, de RPG?

Por isso defendo a revisão dos modos como produtores orientais criam seus RPGs e questiono se os jogos não seriam muito mais interessantes se, somado às interessantes peculiaridades orientais, os roteiros permitissem que o jogador criasse sua própria história. Se isso não for possível, que ao menos pensem em outro nome de gênero para designar suas obras que, apesar de não serem RPGs, são extremamente divertidas e cativantes, como tantos outros jogos que encaixam-se corretamente no gênero a que são nomeados.

E claro, existem RPGs orientais com todos esses fatores, como a série Uncharted Waters citada no início deste texto, mas os jogadores merecem que eles sejam mais comuns.

Liberdade pode não criar uma história fantástica, mas é ela, e não um estilo particular de jogabilidade, que cria os RPGs.