terça-feira, 13 de julho de 2010

RPGs, JRPGs e suas características

RPGs eletrônicos são um gênero de games bastante popular, e orientais e ocidentais tem seus jeitos particulares de explorá-lo, com resultados memoráveis para ambos os lados.

Entre as grandes obras dos produtores ocidentais, cito Mass Effect, Dragon Age, The Elder Scrolls, Fallout e Planescape Torment.
Vindo de produtores orientais, vale mencionar a série Tales of..., Final Fantasy, Chrono Trigger, Dragon Quest e Uncharted Waters.

Convencionalmente, RPGs orientais e ocidentais apresentam diferenças no que concerne à abordagem e jogabilidade. Diz-se popularmente que os orientais investem pesado em enredos inteligentes e bem-feitos, enquanto os ocidentais focam principalmente em proporcionar ao jogador uma sensação de liberdade e de que suas decisões interferem com o andamento dos eventos apresentados.

Ao meu ver, os ocidentais são igualmente talentosos em criar roteiros interessantíssimos, como os encontrados principalmente nos já citados Mass Effect e Planescape Torment. Novamente, a diferença está na abordagem. Os jogos ocidentais com foco na liberdade permitem que o jogador tenha uma história própria, que dificilmente será igual a de outra pessoa com o mesmo jogo; dessa forma, o enredo se adapta para adequar-se a cada decisão tomada, produzindo diferentes resultados, que podem ser grandiosos ou frustrantes, heróicos ou vis, o que torna bastante difícil a formação de uma opinião de aplicabilidade universal ao roteiro, a menos que se jogue o jogo diversas vezes, de diferentes maneiras. Por exemplo, ao final de um jogo, as decisões feitas podem ter levado o protagonista a salvar a galáxia e sobreviver, um final satisfatório, ou então podem ter feito com que ele falhasse sua missão e condenasse a todos, um final frustrante, cabendo ao jogador analisar se a insatisfação com este desfecho foi fruto de falhas de roteiro ou de suas ações impensadas, o que geralmente requer que se jogue mais uma vez.

Alguns defendem que esse tipo de liberdade prejudica o enredo, porém, depende somente dos produtores a criação de uma história interessante para todos os "estilos de jogo", portanto, não se pode generalizar(apesar de existirem jogos com histórias ruins não importando o que você escolha, hehe).

Os RPGs orientais, por outro lado, apresentam enredos mais lineares, sobre os quais o jogador não tem poder. Não critico essa abordagem, visto que boa parte dos jogos existentes, RPGs ou não, apresentam histórias com as quais o jogador não pode interferir a seu bel-prazer. Porém, deve-se levar em consideração que RPGs são jogos que devem valorizar a interpretação, permitir que o jogador decida como será a personalidade e as atitudes de seu personagem, o que não acontece caso esteja-se preso a um enredo que seguirá seu fluxo pré-programado a despeito do que o jogador julgue ser o melhor curso de ação. Então, por que chamar Final Fantasy, por exemplo, de RPG?

Por isso defendo a revisão dos modos como produtores orientais criam seus RPGs e questiono se os jogos não seriam muito mais interessantes se, somado às interessantes peculiaridades orientais, os roteiros permitissem que o jogador criasse sua própria história. Se isso não for possível, que ao menos pensem em outro nome de gênero para designar suas obras que, apesar de não serem RPGs, são extremamente divertidas e cativantes, como tantos outros jogos que encaixam-se corretamente no gênero a que são nomeados.

E claro, existem RPGs orientais com todos esses fatores, como a série Uncharted Waters citada no início deste texto, mas os jogadores merecem que eles sejam mais comuns.

Liberdade pode não criar uma história fantástica, mas é ela, e não um estilo particular de jogabilidade, que cria os RPGs.

Um comentário:

  1. Minha 1ª e única experiência com RPG que eu tenho conhecimento foi Phantasy Star do Master System.

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